terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Tatuagens e Piercings são bíblicos?

   As técnicas da chamada Body Art (arte do corpo) estão em todos os lugares entre jovens e adolescentes. Tatuagens, piercings, dentes serrados, língua dividida e outras modificações no corpo ganham cada vez mais adeptos no mundo. O que chama a atenção nesse modismo é que o que outrora fora índice de marginalidade, objeto de preconceito e repulsa, agora já é socialmente aceito e motivo de anseio juvenil.
   Sob a égide da filosofia secular pós-moderna, os produtores de cultura, a serviço da mídia, têm conseguido transformar os traços mais agressivos e bizarrias contra o corpo humano em objeto de consumo sob o argumento de que isso é pura "arte'.
   A "febre" tem avançando indistintamente em algumas capitais do Brasil, onde é possível encontrar até mesmo rapazes e moças ditos evangélicos cultivando e utilizando a Body Art. Assim como na sociedade secular houve um verdadeiro trabalho de sedução dos jovens por meio da mídia para aderirem a esse comportamento, também há uma verdadeira orquestração maligna para seduzir e cativar o cristão, levando-o ao mundanismo.
   O mais grave nisso tudo é que não se trata daqueles casos em que o indivíduo é um novo convertido, nos seus primeiros passos na fé e que ainda está em processo de libertação. Trata-se de uma onda que tem atraído e induzido aqueles que nunca tiveram marcas no corpo a se tornarem marcados.
   "Mas é o nome de Jesus que está tatuado!"; "É só uma expressão de fé: Deus é fiel"; "Preciso ser tatuado para me identificar e ganhar os tatuados para Cristo"; "Em Isaías 44.5 e Ezequiel 9.4, Deus manda tatuar"; "Não há a palavra tatuar na Bíblia", argumentam os que estão deslumbrados com a moda.
   Como pais, pastores e educadores podem dar uma resposta cristã às objeções dos que se deixam atrair por essa tendência? Esse é o objetivo do presente artigo.   

   Origem ocultista

   Ao longo da História, as tatuagens transportam a marca do paganismo, demonismo, adoração a Baal, xamanismo, misticismo, canibalismo e outras crenças seculares. Segundo a obra secular da pesquisadora Michelle Delio The Exotic Art of Skin, na página 73, "tatuagem é frequentemente um rito mágico nas mais tradicionais culturas, e o tatuador é respeitado como sacerdote ou xamã". De acordo com Ronald Scutt em Art, Sex and Symbol, na página 64, "em Fuji, Fromosa, Nova Zelândia e em certas tribos da América do Norte, a tatuagem era considerada como cerimônia religiosa realizada por sacerdotes ou sacerdotisas".
   Já Steve Gilbert em Tattoo History: A Source Book, página 158, afirma: "O processo atual de tatuagem, que envolve um ritual complexo e tabus, pode somente ser realizado por sacerdotes, porque sempre foi associado a crenças secretas somente conhecidas por membros da casta sacerdotal (...) Hambly concluiu que historicamente a prática da tatuagem se originou em conexão com antigos ritos de práticas religiosas que intencionavam colocar a alma humana em harmonia com as forças sobrenaturais e assegurar continuidade entre a vida presente e a próxima". Por isso que os nazistas, que eram claramente ocultistas, tatuavam os judeus para ofenderem a fé monoteísta.
   De acordo com essas fontes especializadas, é utilizada como ponto de contato ou entrada no mundo espiritual, por isso é muito mais do que decoração do corpo.
   O apologista cristão Terry Walkins assevera: "Ainda hoje, em muitos países (incluindo os Estados Unidos), a tatuagem é acreditada como sendo a ponte a um mundo sobrenatural, daí ser uma espécie de amuleto". Essa afirmativa é corroborada por Paul Both, tatuador das "estrelas" de Holywood em entrevista à revista Rolling Stone, de março de 2002, página 40:
"Independente da autorização dos meus clientes, os demônios me ajudam a guiar a agulha".
   O fundador da Igreja de Satanás, Anthony La Vey, defendeu a tatuagem e o piercing porque entendia que são rejeitados por Deus em Levítico 19.28 e Deutoronomio 14.1-2.

   Perigos à saúde

   A Body Art pode trazer riscos à saúde. Há possibilidade de se contrair doenças como Aids e as hepatites B e C. Os vírus transmissores podem permanecer nas tintas e agulhas. Também podem surgir reações alérgicas e cicatrizes indesejáveis, e se a pessoa tem algum tipo de doença dermatológica (como vitiligo e verrugas), estas podem aparecer nos locais do trauma, explica o médico estético Renato Rossler.
   Segundo Rossler, a tatuagem também pode provocar um tipo de reação inflamatória ocasionada pela presença de corpos estranhos que penetram na pele durante o ato de tatuar ou pelo próprio pigmento introduzido.

 O que a bíblia diz?

   Levítico 19.28 diz: "Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis marca alguma sobre vós. Eu sou o Senhor". A Torá (tradução judaica) traz: "...e escrita de tatuagem não porei em vós". A Nova Versão Internacional traduz: "Não façam cortes no corpo por causa dos mortos, nem tatuagens em si mesmos", Lv 19.28.
   Já perfurar a orelha simbolizava um pacto de escravidão, conforme Êxodo 21.6. A tradição oral judaica explica que esses versos estão referindo-se ao que hoje conhecemos como tatuagem, piercing etc.
   Roland de Vaux, da École Biblique de Jerusalém, adverte que "as leis antigas da Mesopotâmia presumem que o escravo seja marcado, como uma rês, com uma tatuagem, um estigma feito com ferro em brasa ou ainda com uma etiqueta presa a seu corpo. Era sinal de identidade, como as tatuagens dos cultos helenísticos, confirmando Deuteronomio 15.17".
   Isaías 44.5 usa a palavra yichtov, que significa "escreverá", sem a palavra qa`a`qa, que tem o sentido "inserir", "picar", "furar", "perfurar" e "espetar". Isaías claramente não está falando de tatuagem, mas de outro que escreverá com sua mão para o Senhor.
   Ezequiel 9.4 usa a palavra tav, que indica "a marca ou sinal" na testa dos homens justos com tinta. Isso não é tatuagem, mas um sinal que os distinguia como pessoas peculiares (justas) para Deus (Ex 12.13,27).
   Apocalipse 19.16 não serve como base para de afirmar que Jesus é a favor da Body Art e virá tatuado. João menciona o nome escrito no manto e na coxa do Senhor como uma representação simbólica, visto que todos no Apocalipse são identificados por um nome individual (Ap 7.3; 13.16).
   Tatuagem dá ideia de consagração. O pacto era feito para se incorporar a entidade do desenho: escorpião, demônios (1Co 10.20-21). Se a pessoa é genuinamente um cristão nascido de novo, já está pactuado com Cristo. O Espírito Santo habita nele e não há necessidade de outra marca, nem de ter o nome de Jesus escrito na pele para incorporar sua personalidade (1Co 3.16-17; 6.19-20 e 1Ts 5.5-10).
   Uma prova concreta de que a tatuagem é uma prática antibíblica foi anotada pelo pesquisador Jean-Chris Miller na obra The Body Art Book: A complete Guide to Tattoos, Piercings, and Other Body Modifications, página 9: "Assim como acontece em outras culturas com tradição em tatuagem, quando essas tribos pagãs são convertidas à religião cristã, seus ritos culturais e espirituais (nos quais inclui a tatuagem, o piercing e a escarificação da pele) são completamente banidos".
     Seja como for, o uso de tatuagens e piercings não tem base bíblica. São práticas pagãs que não devemos aderir.

 Sempre em Cristo,
 Dc Josebias.

4 comentários:

  1. A Paz do Senhor! Ótimo post. Em dez/2012 também abordei este assunto em meu blog www.aquieuaprendi.blogspot.com muito importante a informação. Parabens. Deus está usando seus instrumentos na terra! Ismael

    ResponderExcluir
  2. Paz,

    Um assunto bem o bem polêmico uma vez que as tatuagens estão na moda, até no meio gospel. Gostei da abordagem.

    Robson Moreira - Na verdade e no amor de Cristo

    ResponderExcluir
  3. Boa noite Josebíades, tudo bem?

    Olha, não uso tatuagens e/ou piercings, passo muito longe disso, rsrsrsr, mas não comungo da opinião expressa no texto, pois a exegese usada está evidentemente errada.
    O Texto de Levíticos citado não corrobora a ideia proposta pelo texto, pois o contexto (bíblico-histórico) fala dos que se marcavam Pelos mortos, sinal de luto e não o uso de uma tatuagem ou qualquer outro adorno por si só.

    Aqui está certo, o contexto de Isaías 44:5 fala sobre a soberania de Deus e o nosso relacionamento com ele, a única ideia de "marca" no contexto é de identidade, testemunho como filhos de Deus. Concordo plenamente que isso não tem nada a ver com tatuagens.

    E a questão da origem "da coisa, ora, se formos por essa linha de raciocínio, vamos ter de renunciar a muitas coisas em nossas vidas, ou tudo que vestimos, comemos, usamos em geral tem origem no que é puro e sagrado?

    Não podemos dar a costumes o status de doutrina ou pecado.

    Graça e Paz,


    CRISTIANISMO EM FOCO


    ResponderExcluir